Névoa escura, negro do azul do céu
Preenche
a minha alma para além do voo raso,
Do
pássaro que no nevoeiro negro desaparece sem rasto…
E
o azul que preenche a atmosfera sufoca a inocência do lugar
Lágrima
que brota do meu olhar azul
Preenchendo
a sombra dos dias passados
Tal
como imagens poéticas de um triste fado
De
um destino incerto já escrito na página do mundo
À
espera da partida do ser que é apenas um defunto
De
um homem que há-de surgir
E
Assim pássaro que tens a liberdade
Que
caminhas nos ferros da tua eterna saudade
Perene
dos teus passos em jeito de ilusão
Ficas
mais perto do teu coração
Como
se ele salta-se do teu peito
Desmaiado
de toda essa esperança negra da desilusão
Quando
da noite negra a luz ofusca a tua prisão
Encarcerado
no teu ser por quereres voar mais alto
Do
que o céu permite…
Nesse
voar todos os sonhos do mundo se tornam silenciosos
Para
que no murmúrio das palavras sejam apenas testemunhos vagos
Do
nada que há-se vir…
Tão
grande que o mundo resplandecerá
E
um novo brilho brotará
De
um novo homem que há-se surgir
Do
abraço que o unirá a todos nós.
Pássaro
raio de luz púrpura de presença só
Poesia
que no éter se torna a tua voz
Alma
do frio da atmosfera negra que embaça os meus sentidos
E
eu ali vendo-o voar para além de onde eu penso estar
Sendo
mero espectador
Como
se alma se despega-se do meu ser
E
se tornasse a sombra majestosa do mundo
E
nele se afogasse em tantos prantos quantos os que dela se cruzariam
Ao
que outros pássaros presos voariam
E
todos livres desse mundo de ilusão
Pudessem
recolher ao céu
Que
é o único testemunho da nossa eterna canção
Do
amor
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