terça-feira, 17 de junho de 2014

Fotografia de palavras

Era a minha morte...
relembras-te? quando de olhar perdido
te dizia o quanto te amava
embora para ti fosse apenas
esquecimento
um simples gesto na esteira
de uma perpétua memória
desejando da lingua fere em fúria
dos corpos adormecidos de desejo
e no fim uma terna solidão
e quando te abandonas-te ao ensejo
vi em teus olhos ser tão certo assim
que de tudo o que vimos foi glória
de um mundo que se abria para nós
e de tudo o que foi e será
compreendia a ilusão que morria em ti
quando o que querias era a paz
mas essa em ti morria assim
e fundiu-se o poema que sem mar
era apenas marés de um terno compasso
cuja música surgia adormecida
na nossa triste despedida...