Os homens que mataram Maome é um conto de ficção cientifica
escrito por Alfred Bester em 1959, e que consiste na história de um homem que
pretende alterar o presente viajando ao passado, após ter conhecimento de que a
sua mulher o engana. Para alterar esse facto na história recorre a uma máquina
do tempo, e usando um revolver de calibre 45, mata figuras proeminentes da
história mundial.
Alfred Bester foi um escritor e editor que nasceu no seio de
uma família judia em Nova Iorque, cidade de que foi sempre associado. Estudou
na universidade da Pennyslvania humanidades e ciências, incluindo psicologia
que talvez tenha sido a cadeira mais importante do seu curriculum. Publicou
várias histórias ao longo dos anos que o levaram a atingir o auge do seu
sucesso. Foi o primeiro vencedor do Prémio Hugo, em 1953, pelo seu livro The
Demolished Man.
As viagens no tempo são um tema recorrente no universo da
ficção cientifica, podendo-se considerar um cliché deste tipo de história sendo
nomeadamente conhecidas pelo trabalho de H.G. Wells, no livro “ A máquina do
tempo “. As viagens no tempo podem ser divididas em duas categorias principais:
a história é consistente e nunca poderá ser mudada, e a história pode ser
alterada.
Este conto insere-se dentro do primeiro grupo, pois a
história não é alterada, sendo apenas a vida do protagonista, que se torna uma
figura fantasmagórica a partir daí, sem qualquer controle sobre a sua vida a
partir desse momento, tal como podemos observar no parágrafo final do conto:
- “Com cada acto de destruição dissolvemos um pouco. Agora
desaparecemos. Cometemos cronicídio. Somos fantasmas.”
Isto após o protagonista ter encontrado outro viajante no
tempo, que tal como ele mata o profeta Maomé, mas em outro período diferente da
sua vida:
A história deve a sua hilaridade e sentido de humor a esse
facto, em que querendo mudar o facto de a sua mulher se encontrar abraçada a
outro homem, o protagonista apenas altera a sua própria vida, segundo os
critérios já explicados anteriormente.
Iniciando a sua excursão matando o Avô da citada esposa,
desencadeia uma expedição assassinando figuras proeminentes da história
mundial, sem qualquer efeito relativo ao facto que o motiva a tal atitude.
O conto está bem escrito, é narrado de forma concisa e os
diálogos são os diálogos permitidos para aferir da sua boa consistência, sendo
um conto que recomendo aos leitores de ficção cientifica, e pelo seu humor, aos
que não apreciando ficção cientifica se enquadram dentro do tema pelo seu bom
humor.
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