"Podia morrer por uma só dessas coisas
que trazemos sem que possam ser ditas..."
José Tolentino Mendonça, Poema: A Estrada Branca
Podia morrer talvez
de uma morte que me levasse e,
em que tudo fosse apenas escuridão
Mas nisso, poderia viver
e fazer mais da vida
do que se pode conhecer
Ser mais, e ser mais nobre
ser menos, ser menos pobre de coração;
alma respira
E nesse reencontro
com o fundo de mim mesmo
ser mais do que sou e serei
Ser as folhas que o vento sopra
das copas das árvores
que surgem imersas à brisa
Ser as mãos que se unem
ser mãos, que sentimento mais nobre
daquelas que criam união
Ser mais, ser mais nobre
e fiel de coração
ser tudo o que não fui até então
Nessa estrada branca
em que as brumas se criam
em memória da saudade
Ser mais como serei
em toda uma eternidade;
Ser mais, e não ser menos
do que alcança o espírito
que surge dos sonhos
E no fio prateado
que nos liga à vida
ser mais, ser mais de tudo o que não fui
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