Poema: Trevas
Pergunto-me
do que me separa dessa porta de luz
e se as raízes que firmo no chão
me levarão às trevas
e é só luz, luz que perspassa o meu olhar
De súbito
as minhas raízes implodem na terra
e renascido vou até ao céu.
Será essa a luz que procuro?
Na incerteza
migro para o meu interior
e desabafo as minhas entranhas,
repudiando toda a escuridão.
Mas estou à beira da porta
e só vejo a sua imensidão.
Mas não consigo entrar
porque a luz fere meus olhos
e a alma não está preparada.
Imerso na lama
em que meus pés se firmam,
sujo esses últimos degraus,
que me afastam combalido para as trevas.
E só trevas, só trevas,
um trago ácido em meu estômago
e só trevas no meu olhar
que parece cegar.
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