Hoje, sinto as palavras
crescerem fora da minha pele
a desafiarem a rendição da alma
e o corpo assim render-se de vida,
mas são apenas pensamentos surreais.
Nem a alma se rende,
nem a pele é ferida
pelo corte longínquo das palavras,
que cortejam a certeza real de um corpo.
Sendo assim,
imerso nas palavras,
sentindo a vida palpar em mim
parto destemido para o seu fim
do poema,
cujo firmamento é o olhar
distante da terra
que o céu acolhe em seu dorso,
com a sombra da minha alma
em constante alvoroço.
Ela que se exalta
e se sente cortejar,
milagre das palavras em seu soar
com a milícia dos sentidos
em seu triste canal
que parece que
procura a raiz do mal,
nem que o bem assim se faça.
Sem comentários:
Enviar um comentário