sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Vida

Disses-te que querias morrer.
Das tuas mãos entregas-te flores ao teu ermitério.
Juntas.
Querias partir sem o perdão.
Imersa nos teus sonhos.
Partias. sim. para longe.
A tua alma atravessaria o mundo.
Quises-te falar sobre a tua dor. Queima.
O teu coração fumegando de ardor e tu de partida para outro mundo.
Imersa nos teus sonhos.
Crias-te como uma sombra de luz
envolta numa névoa de cartão.
Exaltando murmúrios de amor. Incolumes.
Certa de ser assim tão tua.
Que o pecado à tua porta era mais uma candura.
Ao sentir a tua pele. Presa à minha.
Não vás. suspirei.

Disses-te que querias morrer
Não vás. suspirei
Disses-te que irias partir.
Imersa nos teus sonhos.
Só deles seres tu dona.
Disses-te que não podias amar.
Do pecado o meu coração balançou.
Querias ser minha, mas já não havia perdão.
Então entregas-te na tua dor e imersa partis-te sem nenhum clamor.
Recordei a tua pele imersa na minha.
Os teus braços enlaçados pedindo perdão.
Mas era tarde.
De todas as mágoas foram as que mais suscitaram vida.
Qual vida?
A vida que me entregavas numa bandeja.
Que os teus braços suscitavam num só gesto.
E tu vida.
Sim. minha vida.

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