quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Sentido

Não há sentido nenhum
em fazer sentido
di-lo este que vos fala
em pranto.
Para que haja sentido
é necessário que o desejo
arda no fogo que queima o rio.
No mar que aluvia o desejo,
do seu próprio ensejo.
Só assim fará sentido, 
que as marés dos nossos corpos,
se tornem poesia,
e que o espasmo seja o de 
um olhar perdido.
Só assim fará sentido,
se a brisa do sol queimar
as tuas belas pestanas, 
e no fim os doces beijos 
se tornem
em pequenas caricias.
E assim sem sentido nenhum,
que nossos corpos se fundam,
no terno de um sonho,
em que o ar que respiremos
seja o absoluto profundo.
Fará sentido se nossas mãos se 
abraçem com a fúria dos astros,
e nossos corpos balancem
com a força de uns remos,
num mar qualquer.
Sentido fará se 
nossos olhares enganados
se cruzem de vez,
e que as nossas almas
se fundem uma e outra vez.
Só assim fará sentido,
se o arrebatar do desejo,
nos liberte de todos os véus,
e transparentes,
nos torne-mos dementes de paixão.
Com a fúria dos astros,
nessa traição dos corpos.
Assim fará sentido se todo
o desejo recebido,
e no fim a poesia se esqueça
e apenas mereça,
parte do que houve de sentido,
em sentir assim, contigo. 

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